Série EB – Parte 1: Introdução

Nesse artigo introdutório falaremos sobre características gerais da prova, os centros que consideram a nota de brasileira, algumas impressões sobre o exame, além de um breve paralelo de como os cursos de economia organizam o ensino de história econômica brasileira.

Características Gerais da Prova

Inicialmente é necessário destacar que a prova de economia brasileira é dividida em duas partes: uma objetiva e outra dissertativa. Em nossa série de artigos daremos um enfoque maior à parte objetiva da prova. Entretanto, como o conteúdo cobrado na prova é o mesmo nas duas partes, as mesmas dicas também podem ajudar na preparação para a parte dissertativa.

A parte objetiva da prova não difere significativamente do formato das demais provas da Anpec. É composta de 15 questões, cada qual com 5 itens que devem ser julgados verdadeiros ou falsos. Assim como nas demais provas, uma resposta errada anula uma certa, o que desestimula o “chute”.

É importante lembrar que mesmo que os centros de seu interesse não utilizem a nota da prova de brasileira, você não deve entregar o cartão de respostas em branco! Isso geraria sua desclassificação na Anpec. Assim, se não se importar com sua nota nessa matéria, responda alguns itens, mesmo que de forma aleatória! Não será um problema mesmo se você errar todos eles!

A parte dissertativa consiste em 5 questões, das quais o candidato deve escolher fazer somente uma. Sua resposta deve ter no máximo 120 linhas. Cabe lembrar que a parte dissertativa deve ser feita somente se você está aplicando para um centro que considera a nota dessa parte da prova. Diferentemente da parte objetiva, você pode entregar a parte dissertativa em branco sem o risco de ser desclassificado.

Ainda deve-se ressaltar que a prova de economia brasileira tem uma duração maior devido à divisão da prova em duas partes. A prova tem uma duração total de 3 horas. O que facilita a vida de quem presta somente a parte objetiva, já que haverá mais tempo para refletir sobre as questões e ler tudo com muita atenção. De forma geral, o tempo não costuma ser um problema na prova de economia brasileira.

Centros que consideram a nota da prova

Como mencionado anteriormente, não são todos os centros que consideram a nota economia brasileira. Por exemplo, os centros mais concorridos (USP-SP, FGV-EESP, FGV-EPGE e PUC-RJ) desconsideram-na totalmente. Alguns outros centros, como UNB e UFPE, consideram apenas a parte objetiva da prova de economia brasileira. Enquanto outros, como Unicamp, UFRJ e UFU, consideram a nota das duas partes da prova.

Desse modo, é muito importante saber se os centros de seu interesse utilizam a nota da prova de economia brasileira e qual peso dão para essa nota. Esse é o primeiro passo para definir uma estratégia de estudos para essa matéria.

Para saber quais pesos os centros dão para cada matéria, e se eles utilizam a nota de economia brasileira, você deve ficar atento ao manual do candidato, onde essas informações estão disponíveis. Fique atento, pois os pesos que cada centro atribui à prova pode mudar dependendo do ano, então se certifique de estar olhando no manual do candidato referente à prova que você irá prestar.

No final desse artigo, colocamos uma tabela onde você pode ver o peso que cada centro atribuiu para cada matéria de acordo com o manual do candidato de 2020 (referente ao exame realizado em 2019). Novamente, por mais que, em geral, não haja grandes mudanças de um ano para o outro, é fundamental que você olhe o manual do candidato do seu ano.

Impressões sobre a Prova

De forma geral, a prova objetiva de economia brasileira tende a ser considerada difícil pelos candidatos, e as notas costumam refletir isso. Não é necessária uma nota tão alta para estar entre os melhores nessa disciplina – e um dos motivos para isso é justamente o fato de não ser uma prova obrigatória para todos os centros. É possível, por exemplo, ficar entre os 10% melhores com uma nota 6 ou 7 (de um total de 15 questões). Isso não significa, entretanto, que tirar uma nota acima de 5 seja fácil na prova de brasileira.

A prova costuma cobrar conteúdos muito específicos e que muitas vezes são negligenciados pelos estudantes devido à falta de tempo e a quantidade de matéria cobrada na Anpec como um todo. É comum encontrar questões que requerem conhecimentos específicos sobre a burocracia estatal em determinado período, sobre a política fiscal, monetária e cambial em determinados anos.

Assim, a prova de economia brasileira exige uma grande atenção aos detalhes. Somado a isso, assim como nas outras matérias, é comum encontrar pegadinhas nas questões de brasileira. Tudo isso torna a prova bem desafiadora.

A preparação para a prova de brasileira também não é das mais simples. O manual do candidato dá uma grande quantidade de livros e artigos como referência bibliográfica para a prova. O que pode dificultar a preparação do candidato, já que dificilmente haverá tempo hábil para o estudo de tudo o que é indicado pelo manual, principalmente considerando que o candidato também precisa se dedicar ao estudo do conteúdo de outras quatro provas. É fundamental saber quais referências utilizar, já que não será possível estudar todas.

Economia Brasileira na Anpec vs Economia Brasileira na Graduação

Para aqueles que fazem ou fizeram graduação em economia, o conteúdo cobrado na prova de brasileira costuma se assemelhar ao que é ensinado em matérias como Formação Econômica do Brasil II e Economia Brasileira Contemporânea. Ou seja, são cobrados conhecimentos de história econômica brasileira do período que vai da República Velha até o passado recente da economia brasileira (governos Lula e Dilma). Sendo que também há questões que abordam determinados temas (como desigualdade de renda, política industrial, desenvolvimento econômico, entre outros) ao longo de diferentes períodos no Brasil.

Próximos Artigos sobre Economia Brasileira

Nos próximos artigos dessa série traremos maiores detalhes sobre o conteúdo abordado na prova, assim como quais referências bibliográficas utilizar e como organizar os estudos. O desafio é grande, mas com dedicação e planejamento é possível chegar bem preparado para a prova de economia brasileira. Esperamos que essa série de artigos possa ajudá-los nessa caminhada!

Tabela com os Pesos (Extraída do Manual do Candidato 2020 – referente ao Exame de 2019)


Este artigo foi escrito por Pedro Henrique Venturi.