A estrutura exata dos mestrados acadêmicos em economia varia um pouco de centro pra centro, mas nesse artigo passaremos uma estrutura geral – observada na maior parte dos centros – para que você saiba o que te espera depois do Exame da Anpec.
O mestrado acadêmico geralmente tem 2 anos e 3 meses de duração, ou seja, 27 meses. Além desse tempo regular, alguns centros tem um curso inicial que não está contabilizado nesse tempo, frequentemente chamado de Curso de Verão.
Curso de Verão
O curso de verão recebe esse nome feliz porque acontece antes do início das aulas, lá para janeiro ou fevereiro, mas ele não é tão feliz assim: são aulas de matemática e estatística, geralmente, com o objetivo de nivelar o conhecimento dos alunos e aprofundar em alguns conteúdos que frequentemente não são vistos nas graduações.
Primeiro ano do Mestrado
Depois do verão, começa o curso regular. Alguns cursos são divididos em semestres ou trimestres. De qualquer forma, no primeiro ano do mestrado, o 1º semestre é reservado geralmente para as 3 disciplinas centrais: microeconomia, macroeconomia e econometria.
O 2º semestre já tem alguma eletivas – que podem ser continuações das centrais ou aprofundamentos em aspectos específicos. Por exemplo, algumas disciplinas que encontramos nos currículos de alguns centros são: Macroeconometria, Microeconometria, Economia Regional e Urbana, etc.
Alguns centros têm aulas apenas no primeiro ano do mestrado, outros têm também um pouco no segundo ano. De qualquer maneira, enquanto o primeiro ano é bastante marcado por aulas e provas, o segundo já fica muito mais voltado para a pesquisa.
Em geral, no 1º semestre a coisa é bem mais intensa em termos de estudo, o que torna praticamente impossível conciliar o mestrado com qualquer outra atividade. No 2ºsemestre a coisa suaviza um pouco e a gente já começa a se envolver com outras coisas como projetos de pesquisa ou monitorias.
Segundo ano do Mestrado
Já no segundo ano, a carga de trabalho se transfere para a pesquisa. É comum que os estudantes não cursem mais matérias nessa fase, frequentem mais seminários e iniciem o processo de elaboração da tese de mestrado. Isso é bem legal sobre o mestrado em economia, a gente não entra com projeto de pesquisa pronto!
A insegurança de muitos está exatamente nessa fase, mas pela nossa experiência isso não é tão traumatizante quanto parece a princípio. A coisa acaba acontecendo de forma orgânica, natural. A gente acaba conhecendo os professores da escola pelas disciplinas, seminários ou mesmo encontros promovidos pelos centros, o que facilita muito na escolha do orientador.
Entramos em contato com o que eles pesquisam e uma hora acabamos encontrando alguma coisa que nos chama mais atenção. Daí seguem conversas com potenciais orientadores, com potenciais temas. Muitas vezes o tema é até sugerido pelo orientador. Ou, ao menos, esses professores orientadores nos ajudam a moldar nossas ideias iniciais. Afinal, eles tem bem mais experiência com pesquisa, muito mais contato com a literatura existente e é frequente que tenham ideias que ainda não conseguiram implementar e que podem repassar para algum orientando.
O período da pesquisa é um pouco mais solitário que o primeiro ano do mestrado – no qual é essencial trabalhar em grupo e estudar com colegas. Ainda assim, é um período um pouco mais tranquilo, sem a pressão das provas.
A dissertação
Há 4 grandes marcos na produção da tese de mestrado – e que são as datas que tiram o sono dos mestrandos.
A primeira é a definição do orientador – sempre temos uma data para fazer essa escolha e submeter a nossa escolha formal. Mas, já explicamos que essa fase não é das mais tenebrosas.
Depois, temos a qualificação – esse é um momento no meio do caminho do mestrado no qual precisamos mostrar o quanto nossa pesquisa já avançou. Tem centros que fazem isso no formado de banca – ou seja, com o mestrando apresentando para um grupo de professores escolhidos a dedo – outros fazem em formato de seminário.
O terceiro marco é o depósito da tese – quando finalmente entregamos o texto pronto. Isso geralmente acontece depois de 24 meses do início do curso.
E o último marco é a defesa: nesse momento o mestrando apresenta sua tese para uma banca de professores e se tudo der certo, logo na sequência já poderá sair para comemorar que é mestre.
Dica
Neste artigo, demos uma ideia geral de como é a estrutura do mestrado acadêmico em economia em boa parte das instituições, mas podem haver diferenças consideráveis a depender do centro. Para saber mais sobre como é o mestrado acadêmico em algum lugar em específico, você pode entrar em contato com professores, alunos ou ex-alunos. Geralmente o pessoal costuma ser bem solícito!
Além disso, nós criamos um espaço aqui no site para compartilhar depoimentos e relatos sobre a experiência dos alunos que fizeram mestrado ou doutorado acadêmico em diferentes centros.
Esse artigo foi escrito por Gabriela Fonseca.